domingo, 19 de outubro de 2014

Proudhon - pequena biografia e ideias

           Pierre-Joseph Proudhon foi um filósofo e econômico francês do século XIX. Ele nasceu em Besançon, França, no dia 15 de janeiro de 1809, e morreu em Passy, também na França, no dia 19 de janeiro de 1865, com 56 anos. Ele é considerado um dos fundadores do anarquismo, sendo a primeira pessoa a se declarar anarquista (que até aquela época, era um termo pejorativo entre os revolucionários). Além disso, foi chamado por Karl Marx e seus seguidores de
 “socialista utópico” e, depois da Revolução de 1848, passou a se chamar de federalista.
            Ele começou a trabalhar numa tipografia, e foi onde começou a ter contatos com liberais e socialistas experimentais; foi num desses encontros que ele conheceu Charles Fourier, o idealizador do socialismo experimental dos falanstérios (o que, mais tarde, iria influenciar suas ideias). Publicou sua obra Qu’est-ce que la propriéte?, traduzida como “O que é a propriedade?”, no ano de 1840, em Paris; ela apresenta uma de suas frases famosas, “a propriedade é o roubo!”, e faz uma crítica à sociedade e à propriedade privada.
            Ele conhece Marx em Paris, além de outros revolucionários. Ele continuou criticando a sociedade em suas obras (como Système des contradictions économiques/Philosophie de la misère, traduzido como “Sistema de contradições econômicas/Filosofias da miséria”), defendendo também um Estado descentralizado. Sua obra foi o que acarretou uma obra de Marx, como resposta: Misère de la philosophie, traduzida como “Miséria da filosofia”; essa obra foi um ponto final nas relações entre Proudhon e Marx.
            Proudhon também participou da Revolução de 1848 em Paris. Nos quatro anos seguintes, ficou preso por críticas feitas em cima de Napoleão III. Escreveu, em 1851, a Idée générale de la révolution au XIX siècle (traduzido como “Ideia geral de revolução no século XIX), que tinha a visão de uma sociedade federalista de âmbito mundial, sem um governo central (mas baseada em comunas autogeridas). Os comunistas da época chamavam-no de reacionário quando defendeu uma união entre proletariados e burgueses.
            Publicou outras obras e, por estar sob vigilância da polícia, exilou-se em Bruxelas. Em 1864, volta a Paris e publica Du Principe fédératif (traduzido como “Do princípio federativo”); algum tempo depois, morre.


            Algumas de suas principais frases e ideias:

·         “A propriedade é um roubo”;
·     “O homem pode amar o seu semelhante até o ponto de morrer por ele; mas não o ama tanto que trabalhe em seu favor”;
·       “Aquele que botar as mãos sobre mim, para me governar, é um usurpador, um tirano. Eu o declaro meu inimigo!”;
·         “O salário é um tipo de submissão”;
·         “Atuar é combater”;
·         “A anarquia é a ordem”;
·         “A paz obtida com a ponta de uma espada não passa de uma simples trégua”;
·         “Suprimamos as tarifas, e assim será declarada a aliança dos povos, reconhecida a sua solidariedade e proclamada sua igualdade”;
·         “Ser governado significa ser observado, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, regulamentado, cercado, doutrinado, admoestado, controlado, avaliado, censurado, comandado; e por criaturas que para isso não têm o direito, nem a sabedoria, nem a virtude... ser governado significa que todo movimento, operação ou transação que realizamos é anotada, registrada, catalogada em censos, taxada, selada, avaliada monetariamente, patenteada, licenciada, autorizada, recomendada ou desaconselhada, frustrada, reformada, endireitada, corrigida. Submeter-se ao governo significa consentir em ser tributado, treinado, redimido, explorado, monopolizado, extorquido, pressionado, mistificado, roubado; tudo isso em nome da utilidade pública e do bem comum. Então, ao primeiro sinal de resistência, à primeira palavra de protesto, somos reprimidos, multados, desprezados, humilhados, perseguidos, empurrados, espancados, garroteados, aprisionados, fuzilados, metralhados, julgados, sentenciados, deportados, sacrificados, vendidos, traídos e, para completar, ridicularizados, escarnecidos, ultrajados e desonrados. Isso é o governo, essa é a sua justiça e sua moralidade! Oh personalidade humana! Como pudeste curvar à tamanha sujeição durante sessenta séculos?”;

·         “Quer dizer então, que Deus nos teria transmitido, durante seis mil anos, uma ideia que podia poupar milhões de vítimas, a distribuição a um tempo espacial sintético do trabalho! Em contrapartida ele nos teria dado, por meio de seus servidores Moisés, Buda, Zarastutra, Mohammed e outros, esses insípidos rituais, opróbio de nossa razão, que fizeram degolar mais homens que números possam conter!”.
    
    Referências bibliográficas: