“socialista utópico” e, depois da Revolução de 1848, passou
a se chamar de federalista.
Ele
começou a trabalhar numa tipografia, e foi onde começou a ter contatos com
liberais e socialistas experimentais; foi num desses encontros que ele conheceu
Charles Fourier, o idealizador do socialismo experimental dos falanstérios (o
que, mais tarde, iria influenciar suas ideias). Publicou sua obra Qu’est-ce que la propriéte?,
traduzida como “O que é a propriedade?”, no ano de 1840, em Paris; ela
apresenta uma de suas frases famosas, “a propriedade é o roubo!”, e faz uma
crítica à sociedade e à propriedade privada.
Ele
conhece Marx em Paris, além de outros revolucionários. Ele continuou criticando
a sociedade em suas obras (como Système des
contradictions économiques/Philosophie de la
misère, traduzido como “Sistema
de contradições econômicas/Filosofias da miséria”), defendendo também um Estado
descentralizado. Sua obra foi o que acarretou uma obra de Marx, como resposta: Misère de la philosophie, traduzida como “Miséria da filosofia”; essa obra
foi um ponto final nas relações entre Proudhon e Marx.
Proudhon também participou da Revolução de 1848 em Paris. Nos
quatro anos seguintes, ficou preso por críticas feitas em cima de Napoleão III.
Escreveu, em 1851, a Idée générale de la
révolution au XIX siècle (traduzido
como “Ideia geral de revolução no século XIX), que tinha a visão de uma
sociedade federalista de âmbito mundial, sem um governo central (mas baseada em
comunas autogeridas). Os comunistas da época chamavam-no de reacionário quando
defendeu uma união entre proletariados e burgueses.
Publicou
outras obras e, por estar sob vigilância da polícia, exilou-se em Bruxelas. Em
1864, volta a Paris e publica Du Principe
fédératif (traduzido como “Do princípio federativo”); algum tempo depois,
morre.
Algumas
de suas principais frases e ideias:
·
“A propriedade é
um roubo”;
· “O homem pode
amar o seu semelhante até o ponto de morrer por ele; mas não o ama tanto que
trabalhe em seu favor”;
· “Aquele que
botar as mãos sobre mim, para me governar, é um usurpador, um tirano. Eu o
declaro meu inimigo!”;
·
“O salário é um
tipo de submissão”;
·
“Atuar é
combater”;
·
“A anarquia é a
ordem”;
·
“A paz obtida
com a ponta de uma espada não passa de uma simples trégua”;
· “Suprimamos as
tarifas, e assim será declarada a aliança dos povos, reconhecida a sua
solidariedade e proclamada sua igualdade”;
·
“Ser governado
significa ser observado, inspecionado, espionado, dirigido, legislado,
regulamentado, cercado, doutrinado, admoestado, controlado, avaliado,
censurado, comandado; e por criaturas que para isso não têm o direito, nem a
sabedoria, nem a virtude... ser governado significa que todo movimento,
operação ou transação que realizamos é anotada, registrada, catalogada em
censos, taxada, selada, avaliada monetariamente, patenteada, licenciada,
autorizada, recomendada ou desaconselhada, frustrada, reformada, endireitada,
corrigida. Submeter-se ao governo significa consentir em ser tributado,
treinado, redimido, explorado, monopolizado, extorquido, pressionado,
mistificado, roubado; tudo isso em nome da utilidade pública e do bem comum. Então,
ao primeiro sinal de resistência, à primeira palavra de protesto, somos
reprimidos, multados, desprezados, humilhados, perseguidos, empurrados,
espancados, garroteados, aprisionados, fuzilados, metralhados, julgados, sentenciados,
deportados, sacrificados, vendidos, traídos e, para completar, ridicularizados,
escarnecidos, ultrajados e desonrados. Isso é o governo, essa é a sua justiça e
sua moralidade! Oh personalidade humana! Como pudeste curvar à tamanha sujeição
durante sessenta séculos?”;
·
“Quer dizer
então, que Deus nos teria transmitido, durante seis mil anos, uma ideia que
podia poupar milhões de vítimas, a distribuição a um tempo espacial sintético
do trabalho! Em contrapartida ele nos teria dado, por meio de seus servidores
Moisés, Buda, Zarastutra, Mohammed e outros, esses insípidos rituais, opróbio
de nossa razão, que fizeram degolar mais homens que números possam conter!”.
Referências bibliográficas: